quinta-feira, 7 de abril de 2011

Senadores do PSDB questionam ministro sobre problemas na educação no País

Para Alvaro Dias, existe uma desconexão entre o discurso oficial e a realidade

Brasília (15) – O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi questionado nesta terça-feira  pelos senadores do PSDB a respeito dos problemas no setor educacional do País. Em sessão realizada na Comissão de Educação, os senadores Alvaro Dias, Marisa Serrano e Paulo Bauer fizeram indagações sobre as distorções do programa ProUni, a crise nas universidades brasileiras e questões referentes ao Plano Nacional de Educação (PNE). Para os senadores tucanos, o ministro não respondeu de forma convincente os questionamentos levantados durante a reunião.

O líder do PSDB, Alvaro Dias, lembrou na Comissão a auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União no Programa Universidade para Todos (ProUni), que revelou a existência de uma série de falhas no programa, que vem causando diversos prejuízos aos cofres públicos. O senador questionou o ministro da Educação sobre a resposta dada pela pasta às recomendações feitas pelo tribunal para correção dessas irregularidades.

“A auditoria realizada pelos técnicos do TCU no ProUni revelou que existem muitas vagas ociosas no programa, e que o valor pago pelo governo às instituições de ensino é superior às próprias mensalidades. O TCU inclusive recomendou a devolução dos R$ 104 milhões pagos pelas vagas ociosas nas instituições, já que restou constatado que o governo paga mais do que o necessário pelas bolsas do programa. O governo está jogando dinheiro pela janela na área de educação, e o problema não é falta de vagas, já que elas existem, mas estão ociosas”, disse Alvaro Dias.
O senador também advertiu o ministro sobre a questão das universidades brasileiras, e afirmou que existe uma desconexão entre o discurso oficial e a realidade da expansão do ensino superior no País. Segundo o Líder tucano, o governo diz que criou 14 novas universidades, mas na verdade apenas quatro são realmente novas.

“As respostas do ministro Haddad não esclareceram os questionamentos. As condições das universidades hoje são das mais terríveis em alguns estados. Existem alunos estudando em contâiners, alunos universitários estudando junto a estudantes do ensino médio, professores voluntários, enfim, uma série de problemas que comprometem a qualidade do ensino superior no País. O ministro não foi capaz de responder a essas questões”, disse o Líder do PSDB.

Para Marisa, Haddad é ufanista com resultados da educação
Também presente na reunião da Comissão de Educação, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) achou que o ministro Fernando Haddad, é “ufanista demais com resultados ruins da educação brasileira”. Para Marisa, a qualidade da educação não está boa e ainda há muito a fazer. Marisa ressaltou que faltam creches para atender a demanda, que o ensino básico sofre com várias deficiências e destacou o gargalo da educação de nível médio.
“Nossos alunos estão saindo da escola sem saber compreender um texto ou realizar uma simples operação matemática. Como podemos dizer que a qualidade da educação melhorou?”, questionou a senadora tucana.
Em relação ao ensino superior, ela lamentou a falta de professores e citou o exemplo de um Juiz do seu estado, que está dando aulas como voluntário no curso de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. “Ele me disse que dá aulas como voluntário porque o filho dele estuda lá e ele quer que o filho aprenda”. O ministro disse desconhecer casos de professores voluntários em universidades.

Paulo Bauer entrega à Haddad requerimento sobre PNE
Durante a audiência púlbica, o senador Paulo Bauer (PSDB/SC) entregou ao ministro Fernando Haddad requerimento de informação sobre a definição das 20 metas da nova versão do Plano Nacional de Educação (PNE). “É preciso termos conhecimento do diagnóstico do Plano Educacional anterior. As informações que requeiro são fundamentais já que os senadores não participaram da Conferência do plano nacional e estadual de educação”, disse o senador.
Paulo Bauer lembrou que não se teve notícia, nesses 10 anos, de uma avaliação conclusiva sobre seus méritos e falhas. “Apesar de o governo ter maioria nesta Casa, a educação deve ser tratada como uma unanimidade por convicção. Esses dados são relevantes para minimizar erros, centrar forças e definir prioridades para o aprimoramento da proposta”, argumentou.
O MEC terá prazo constitucional de trinta dias para responder aos questionamentos feitos pelo senador Paulo Bauer.

Fonte: Assessoria da Liderança do PSDB no Senado

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