Por José Maria Nóbrega Júnior – Doutor em Ciência Política pela UFPE e professor da Faculdade Maurício de Nassau
Se não bastasse o caos que se tornou dirigir no trânsito do Recife, esta semana sofremos com o “Abril Vermelho”, manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), grupo este que vem provocando uma série de estragos e privações de direitos em todo o país. Tudo isso, é claro, com a conivência do Governo Federal e respaldado pelo Partido dos Trabalhadores.
Em países democráticos os movimentos sociais são legítimos, mas eles tem de respeitar as regras democráticas como o Estado de Direito, por exemplo. A Democracia requer direitos individuais e coletivos. Os direitos individuais estão ligados à propriedade privada que, além dos bens materiais, é o direito de ir e vir e o direito à vida.
O povo do Recife teve seus direitos de ir e vir limitados e a ordem urbana esfacelada sem que ninguém pudesse fazer nada. A Prefeitura ficou paralisada, mas, o papel do Estado é manter todos em respeito, ou garantir os direitos individuais e coletivos e, se for preciso, pela força! Aí temos o monopólio da força que é atributo do Estado e a polícia é seu principal ator político. Se atores sociais não respeitam as regras do jogo democrático, a polícia deve assim fazer respeitar e garantir à maioria – que elegeu o governo que aí está! -, o direito de ir e vir, o direito à propriedade, o direito ao livre arbítrio.
Enxergo um vazio em termos de polícias sociais para o povo realmente excluído. O Bolsa Família, que tem o maior investimento no Nordeste, ainda não é suficiente para amainar a miséria e a pobreza de nosso povo. Precisamos de políticas sociais realmente eficazes na cidade e no campo. O MST aparece como um ator político mais que um ator social, invadindo – de forma violenta, diga-se de passagem -, a propriedade alheia e desafiando os poderes constituídos do Estado brasileiro, sem que ninguém faça nada para impedi-los.
José Maria Nóbrega Jr.
Doutor em Ciência Política - UFPE
Pesquisador do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas e da Criminalidade (NICC-UFPE)
Professor da Faculdade Maurício de Nassau
Fonte: http://migre.me/BTlT
4 comentários:
Parabéns pelo excelente comentário. A ausência do Estado é a raiz de todos os nossos problemas sociais. Mércia Villar
O fato é que se precisa repensar a idéia de movimento social no Brasil. Se cria movimento social pra tudo aqui no Brasil.
Não sou contra protestar, é preciso antes de antes de tudo o diálogo. No entanto, é preciso garantir o funcionamento pleno das instituições democráticas e garantir os direitos e garantias assegurados na nossa constituição.
Acho que a legitimidade da existência desses movimentos já se foi a muito tempo. Essa semana tive mais medo que o habitual de andar no Recife, infelizmente.
O fato é que se precisa repensar a idéia de movimento social no Brasil. Se cria movimento social pra tudo aqui no Brasil.
Não sou contra protestar, é preciso antes de antes de tudo o diálogo. No entanto, é preciso garantir o funcionamento pleno das instituições democráticas e garantir os direitos e garantias assegurados na nossa constituição.
Acho que a legitimidade da existência desses movimentos já se foi a muito tempo. Essa semana tive mais medo que o habitual de andar no Recife, infelizmente.
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