O PT é igual museu: vive de passado. O partido de Lula e dona Dilma insiste em ver o mundo pelo retrovisor. Com o PSDB é diferente; o que o partido busca é construir um futuro melhor para todos os brasileiros. Mas, mesmo recusando-se a travar o debate político olhando para trás, a oposição não pode se eximir de rebater as mentiras que o PT tenta propagar, como aconteceu na semana passada na propaganda partidária exibida pelos petistas.
Houve de tudo um pouco: triunfalismo, megalomania, campanha política ilegal e fora de hora. Mas o mais grave foi o festival de mentiras que o PT veiculou. Um carnaval de informações falsas sobre o PAC, a construção de casas populares, o pré-sal, a estabilidade econômica, a ascensão social dos pobres. Tudo somado, foi um forte indício (ou mesmo a comprovação) do vale-tudo de que o PT lançará mão para se manter no poder em 2010.
A pretensão petista é evitar que a próxima eleição se transforme num debate sobre quem pode ser o melhor presidente para o futuro do Brasil. Claro está que, nesta seara, com certeza o PT perderá de goleada. Mas, mesmo sabendo que o que interessa é olhar adiante, em respeito ao eleitor vale examinar o que, de fato, ocorreu nos oito anos em que o país foi governado pelo PSDB – realidade que dona Dilma e seus aliados, numa estratégia claramente inspirada no fascismo, buscam desesperadamente manipular, alterar e falsear.
Para o PT, por meio do PAC o país voltou a gastar em infraestrutura “após um atraso de décadas”. A verdade é que, apesar de todo o marketing petista, o atual governo investe menos no Brasil do que o anterior. Números oficiais do Ministério da Fazenda mostram que o governo Fernando Henrique foi mais eficiente na construção de escolas, hospitais e estradas do que o atual. A média anual de investimento público dos petistas é de R$ 18,4 bilhões (1,33% da arrecadação), já incluído o trololó do PAC. No governo tucano, esse valor, corrigido pela inflação, foi de R$ 20,3 bilhões (1,78% da arrecadação). Mas essa foi só a primeira mentira.
O panfleto televisivo, ao se vangloriar dos “avanços sociais do PT”, afirma que o governo anterior “não teve conquistas expressivas”. Jogou para o limbo o fato de o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, divulgado pela ONU e que reúne os principais indicadores socioeconômicos de uma nação) ter se expandido muito mais nos anos FHC – 1% ao ano – do que na era Lula – 0,41% por ano. Mais: de acordo com a ONU, só o Plano Real e o fim da inflação que dele decorreu diminuíram a percentagem de pobres no Brasil de 44% para 33% da população.
Na área da educação, mais mentiras. O PT tentou mostrar que o atual governo, ao criar o ProUni e abrir novas universidades federais, é o único que se preocupa com os pobres. A realidade é que, no governo tucano, muito se fez para levar ensino a crianças que nada tinham. O percentual de crianças pobres fora da escola caiu de 25% para 7% e o analfabetismo entre 10 e 14 anos de idade despencou de 11,4% para 4,2%, de acordo com o IBGE. No governo FHC, a média anual de queda do analfabetismo foi de 3,5% ao ano; no atual governo, o índice desacelerou para 2,6%.
Como é de seu feitio, na propaganda televisiva o PT apelou para a caricatura, tratando o telespectador como burro. Em um dos momentos mais rançosos do festival de mentiras, o programa petista afirmou que “apenas os ricos comiam carne” até a chegada de Lula ao poder. A realidade é que, entre 1994 e 2002, portanto, ao longo do governo do PSDB, o consumo de carne bovina per capita cresceu 12,2% no país, com expansão de 1,5% ao ano. No governo Lula, entre 2003 e 2007, a expansão caiu para 0,66% ao ano.
A descoberta do pré-sal, esforço de décadas da Petrobras e de todos os brasileiros, é apresentada como obra do PT. A verdade é que, já na época do presidente Itamar Franco (1992-1994), a Petrobras tinha conhecimento da existência das gigantescas reservas. Por cautela (os tempos eram outros) a estatal evitou carnavalizar a hipótese. Além disso, da aprovação da lei do petróleo, em 1997, até 2002, a produção no país cresceu, em média, 8,4% ao ano, elevando-se 49%. Nos primeiros seis anos do governo petista, o índice médio caiu para 4% ao ano.
Mesmo tendo apenas preservado os fundamentos econômicos deixados pelos tucanos, com a manutenção do câmbio flutuante, das metas de inflação e da política de superávits fiscais, o PT se autoproclamou “o responsável pela estabilidade financeira do país”. A realidade é que o PT votou contra o Plano Real, chamado à época de “estelionato eleitoral” pelo partido. Em 2001, demonstrou que não havia aprendido a lição e também foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal no Congresso. Os petistas só mudaram de ideia, mesmo assim a contragosto, às vésperas da eleição de Lula em 2002. Vale a máxima: o governo Lula tem coisas boas e coisas novas; as boas não são novas e as novas não são boas.
Como papel (e tela de TV) aceita tudo, o festival de mentiras do PT prosseguiu. Na propaganda partidária, os petistas sustentaram que “tanto Lula quanto os tucanos enfrentaram uma crise internacional”. É importante lembrar que o governo FHC passou por, no mínimo, cinco grandes crises de proporções globais (México, Ásia, Rússia, Argentina e EUA/11 de setembro) e nenhuma delas resultou em crescimento negativo do PIB brasileiro, o que deve ocorrer este ano, sob Lula, com nossa economia.
Ao atacar as privatizações, o PT abusou de slogans ideológicos como “o patrimônio do povo foi vendido”. Deixou de lado, porém, exemplos como o aumento de 24 milhões para 47 milhões no número de telefones fixos e o fenomenal salto de usuários de telefonia celular – de 7,4 milhões para 166 milhões desde a venda do Sistema Telebrás, em 1997. Ou seja, hoje há mais de um telefone para cada brasileiro, item do qual, no passado, só ricos dispunham. O PT também omitiu que, privatizada, a Vale multiplicou por seis o seu número de empregados.
Por tudo isso, e muito mais, se deixarmos de lado a retórica e o massacrante marketing oficial, é possível mostrar que, mesmo na comparação com o governo anterior, o PT não consegue se sair melhor em quesitos fundamentais como investimento público, educação e estabilidade econômica. Mas a verdade e o debate aberto e transparente parecem não interessar a dona Dilma e seus petistas aloprados em sua sanha para manter-se no poder. Mas interessa à oposição: os fatos estão do nosso lado.
Retirado do blog Pauta em Ponto
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